SALDO NEGATIVO
Só a Prefeitura Municipal de João Pessoa terá que assumir o débito de cerca de R$ 6 milhões. Campina Grande terá que desembolsar aproximadamente R$ 1,1 milhão. Santa Rita terá que cobrir R$ 753 mil do IPM. Os municípios de Alhandra, Belém do Brejo Cruz, Esperança, Queimadas, Santa Luzia, Santa Cecília e Sossego terão que assumir o prejuízo de R$ 386.354,15.
O presidente do TCE-PB, conselheiro Fernando Catão, realizou um estudo no período de 2005 a 2007 sobre a situação dos institutos. Ele observou que os municípios paraibanos gastavam mais de R$ 3 milhões com o pagamento de vencimentos e vantagens fixas dos servidores. De acordo com Catão, o estudo apontou que há “um déficit previdenciário dos IPMs e das prefeituras que não são claros.” Ele explicou que a finalidade dos Institutos de Previdência Municipal é assegurar a aposentadoria do contribuinte.
Fernando Catão explicou ainda que quando os IPMs foram criados muitos gestores os confundiam com mais um órgão público, para empregar aliados, mas com o trabalho de conscientização realizado pelo Tribunal a postura dos prefeitos foi mudando o que levou a uma queda expressiva da rejeição de contas dos institutos. “Os gestores estão começando a entender que o IPM não é um patrimônio público e sim do servidor e tem que ser gerido com parcimônia porque é ele que vai garantir a aposentadoria dos servidores”, afirmou Catão.
De acordo com o presidente da Corte de Contas paraibana, quando os gestores fazem uso da arrecadação dos IPMs, para outros fins, causam dano ao erário. Ele lembra que o prefeito que estiver desviando os recursos, está se apropriando de forma indébita e deverá ser responsabilizado de acordo com a lei. Disse ainda que “quem pagará essa dívida é o gestor. O TCE entende que há momentos que os prefeitos fazem uso da arrecadação dos institutos devido ao fluxo financeiro da prefeitura, mas se isso acontecer o gestor deve resolver imediatamente para não causar maiores problemas”.
Em JP, aporte de R$ 1 milhão
A folha de pagamento Instituto de Previdência Municipal de João Pessoa é composta por 4.257 aposentados e pensionistas. A receita, em abril, foi de R$ 4.914.524,87 e as despesas de R$ 6.478.032,59. De janeiro a abril deste ano, o IPMJP recebeu R$ 18.512.991,20 e gastou R$ 24.507.723,88. As despesas foram R$ 5.994.732,68 milhões acima da receita. Para cumprir com os compromissos financeiros, o instituto conta com o repasse mensal da Prefeitura de João Pessoa de R$ 1 milhão mensal.
O superintendente do IPMJP, o vereador licenciado Pedro Coutinho, explicou que “sem esse repasse da prefeitura, o instituto não conseguiria se manter e estaríamos com um déficit”. Ele informou que o complemento da PMJP é necessária devido aos reajustes dos servidores municipais da ativa e também devido aos possíveis planos de cargo e carreira que o gestor municipal venha a implantar no decorrer dos anos. Ele declarou desconhecer qualquer déficit no instituto, “não tem déficit, muito pelo contrário. Nós temos investimentos na ordem de R$ 20 milhões”.
Ipsem diz não haver déficit
No Instituto de Previdência Municipal dos Servidores de Campina Grande (Ipsem), há 2.947 beneficiários (2.274 aposentados e 653 pensionistas). Em abril, o instituto recolheu R$ 1.964.689,72 e gastou R$ 2.644.860,32 com a folha de pagamento e despesas administrativas, ou seja, R$ 680.170,60 a mais do que a receita.
“Hoje, a nossa receita gira em torno de R$ 2,8 milhões e, com esse dinheiro, pagamos a folha dos aposentados e pensionistas e as despesas administrativas e o restante aplicamos em fundos de específicos para regime próprio de previdência”, frisou o presidente Wanderley Medeiros. Ele afirmou que, sem a contribuição da prefeitura, seria impossível manter o instituto. Mas, garantiu que não existe déficit no instituto e sim superávit “tanto que é que temos mais de R$ 23 milhões aplicados”.
Correio da Paraíba
0 comentários:
Postar um comentário