domingo, 5 de junho de 2011

PISO NACIONAL DA EDUCAÇÃO – REALIDADE OU ENGANAÇÃO?


Muito se fala entre os educadores, prefeituras e governos estaduais, sobre o Piso Nacional da Educação. Foi estipulo o valor de R$ 1.187,00 como o piso para a carga horária de 40 horas.

Só que se formos analisar esse valor, veremos que ele é incompatível com o que o professor deveria receber. Primeiro: esse valor é para quem trabalha com a carga horária de 40 horas, e hoje, na maioria das prefeituras e nos governos estaduais, a carga horária é de 30 horas em média, sendo que algumas prefeituras já trabalham com a carga horária de 25 e até de 20 horas. Valendo-se disso, muitos prefeitos e governadores falam que estão pagando o piso nacional, porém, eles pagam apenas proporcional em cima das 40 horas, ou seja, é o que já pagavam mesmo antes da aprovação do piso. Segundo: às vezes, os professores trabalham mais em casa do que na própria escola, com a elaboração e correção de provas, além da preparação das aulas. Terceiro: mesmo se o valor do piso de R$ 1.187,00 fosse válido para 30 horas semanais de trabalho, o valor ainda seria baixo, decorrente da responsabilidade que o professor tem em formar o cidadão e das condições pela qual passa a educação pública do país, com escolas sem nenhuma infraestrutura, professores sendo humilhados e massacrados por pais e alunos etc.

Há também o fato de que muitos professores tem que trabalhar os três expedientes para poder se manter e manter suas famílias, pois o salário é muito baixo. O resultado de tudo isso é que a maior parte desses professores são obrigados a se afastarem do trabalho por algum tempo ou até mesmo por tempo indeterminado, decorrente de problemas relacionados à sua cansativa jornada de trabalho, como estresse, problemas nas cordas vocais, alergias, dentre outros.

Aí vem a questão: será se vale a pena o professor passar quatro ou cinco anos numa universidade para sair de lá e ser humilhado perante os governantes e a sociedade?

Portanto, diante desse quadro, nós professores devemos lutar para reivindicar que o piso nacional seja equivalente à carga horária de no máximo 30 horas semanais, além de reivindicarem a redução da jornada de trabalho para 20 horas semanais, pois só assim, o professor teria mais tempo de preparar suas aulas, provas e ainda poderia dedicar mais aos afazeres domésticos e familiares.

Da Redação por (email) Professor Marciano Dantas – Natal/RN.

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