As autoridades não sentem os prejuízos disso. Os prejuízos são das crianças e jovens. Os prejuízos são do país', afirma.
Teve uma confusão daquelas na
quinta-feira (29) no Ceará. A Polícia Militar impediu que professores em
greve entrassem no plenário da Assembleia. A briga acabou, mas o
impasse continua. Os professores dormiram na assembleia.
Não é só no Ceará. Na capital do
país, na quinta-feira (29) não houve aula nas escolas públicas do
Fundamental e Médio, porque os professores fizeram protesto diante do
palácio do governo. A Universidade de Brasília (UnB) está frequentemente
em greve; e o Instituto Federal, com cursos técnicos e superiores, está
em greve há 45 dias.
As autoridades não sentem os
prejuízos disso. Os prejuízos são das crianças e jovens. Os prejuízos
são do país. Protestos, manifestações e greves são alguns dos sintomas
sérios do descaso que sofre a educação no Brasil, incluindo aí a
desvalorização dos professores.
Há 50 anos, uma das principais
brincadeiras das menininhas em casa era de professora. A professora era
um ícone. A vocação brotava cedo. Hoje o professor está desestimulado e
mal formado, e a qualidade de ensino é medíocre. E pensar que é uma das
mais nobres profissões, porque forma o futuro. Mas isso não se traduz na
formação do educador nem na sua remuneração.
No Ceará, por exemplo, um
deputado estadual ganha mais que uma dúzia de professores do Ensino
Médio. Que justiça há nessa desproporção? Como a educação está medíocre,
o futuro do Brasil – e já se sente isso no presente – pode ser também
medíocre.
As empresas que precisam de
profissionais sentem essa falta de ensino. Os cursos superiores se
deterioram, da medicina ao direito. E não poderia ser diferente, porque a
base é fraca. A educação, que é a prioridade das prioridades, talvez
seja temida pelos que estabelecem as prioridades, porque educação
liberta.
Porta Bananeiras Online com Bom dia Brasil - G1
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