Categoria exige 5% de aumento real, valorização do piso e maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR)
Bancários durante paralisação de agência do Bradesco em Fortaleza
A greve nacional dos bancários se fortaleceu nesta quarta-feira (28),
seu segundo dia, e aumentou para 6.248 o número de agências e centros
administrativos de bancos públicos e privados fechados em 25 estados e
no Distrito Federal. São 2.057 unidades fechadas a mais do que no
primeiro dia de greve, quando foram paralisadas 4.191 unidades, de
acordo com o balanço feito pela Contraf-CUT, a partir dos dados enviados
pelos sindicatos até as 18h. Único estado ainda fora da mobilização, os
bancários de Roraima aprovaram a deflagração de greve em assembleia
realiza na noite desta terça e deverão se juntar ao movimento a partir
do dia 3.
"O movimento está aumentando rápido de acordo com os relatos de
sindicatos de todo o país. A força da greve é proporcional à
insatisfação dos bancários, que cresce a cada dia sem manifestação por
parte dos bancos", diz Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e
coordenador do Comando Nacional dos Bancários. "A julgar pelos anos
anteriores, o movimento deve continuar se fortalecendo e vamos trabalhar
para isso. Estamos abertos para a retomada das negociações e cabe aos
bancos apresentarem uma nova proposta", conclui.
Os bancários entraram em greve por tempo indeterminado após a quinta
rodada de negociações com a Fenaban, ocorrida na última sexta-feira, dia
23, em São Paulo, quando foi recusada pelos trabalhadores a proposta de
reajuste de 8% sobre os salários. Os bancários reivindicam reajuste de
12,8% (5% de aumento real), valorização do piso, maior Participação nos
Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade,
melhoria do atendimento aos clientes, fim das metas abusivas e do
assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades.
"Nossas reivindicações são justas e as empresas têm todas as condições
de atendê-las, como mostram os altíssimo valores da remuneração dos
diretores e conselheiros de administração dos bancos", destaca Cordeiro.
Segundo pesquisa do Dieese baseada nos balanços dos bancos, o conjunto
dos altos executivos do Itaú recebeu R$ 683 milhões em 2010, enquanto os
do Bradesco receberam R$ 298 milhões e os do Santander ficaram com R$
207 milhões no ano.
"O Brasil é um dos países com maior diferença entre os salários. Aqui,
um executivo de banco chega a ganhar 400 vezes a renda do piso de um
bancário. É preciso modificar essa situação, que contribui para que
mantenhamos uma vergonhosa posição entre as dez nações mais desiguais do
mundo", sustenta o presidente da Contraf-CUT.
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