Bancários
em greve há quase 20 dias em todo o Brasil devem voltar ao trabalho a
partir desta terça-feira (18). Pelo menos essa é a orientação do Comando
Nacional de Greve depois que os banqueiros ofereceram uma proposta à
categoria na noite da última sexta-feira (14). Em João Pessoa, Hoje à
noite, a categoria se reúne a partir das 19 horas na sede do Sindicato,
na Avenida Beira Rio para decidir ou não sobre o fim da paralisação e a
volta ao trabalho amanhã (18).
Na noite da última sexta-feira a Federação Nacional
dos Bancos (Fenaban), finalmente apresentou uma proposta ao Comando
Nacional dos Bancários: reajuste salarial de 9%; piso salarial de R$
1.400; PLR de 90% sobre todas as verbas + R$ 1.400 e Adicional de R$
2.800. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários, Marcus
Henrique, eles conseguiram na negociação com a Caixa Econômica a
abertura de cinco mil vagas e o banco do Brasil também vai melhorar o
piso salarial da categoria.
A proposta inclui ainda cláusula que coíbe o
transporte de numerário por bancários e o fim da divulgação de rankings
individuais dos funcionários, combatendo o assédio moral. Na avaliação
do Comando Nacional dos Bancários, a proposta apresentada atende às
principais reivindicações dos bancários: aumento real de salário pelo
oitavo ano consecutivo, valorização do piso, distribuição de um valor
maior de PLR e avanços nas cláusulas de segurança e saúde do
trabalhador. Dessa forma, o Comando recomenda a aprovação da proposta
pelas assembléias que serão realizadas pelos sindicatos na segunda-feira
(17), em todo o país.
“A proposta traz avanços importantes e é uma
conquista da greve nacional da categoria, a mais forte em duas décadas,
que mobilizou trabalhadores de bancos públicos e privados por 18 dias,
chegando a paralisar 9.254 agências em todo o país e forçou os bancos a
mudarem de posição”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e
coordenador do Comando Nacional dos Bancários. “A proposta adquire
ainda mais importância porque representa a consolidação de uma política
permanente de recomposição dos salários, com aumento real pelo oitavo
ano consecutivo e valorização do piso da categoria”, sustenta.
Cordeiro lembra ainda que nas primeiras rodadas de negociação os bancos
negavam a possibilidade de aumento real, alegando risco de alta da
inflação, discurso que foi amplamente repercutido pela mídia. “Essa tese
falsa foi derrotada. Conseguimos arrancar vitória econômica, com a
melhoria do poder de compra dos salários e do piso, mas principalmente
política. Os bancos tentaram vencer a categoria pelo cansaço, mas
revertemos o quadro e saímos vitoriosos”, afirma.
A conquista deixa clara a importância da consolidação da estratégia de
unidade nacional da categoria. A campanha unificada, reunindo
trabalhadores de bancos públicos e privados, vem sendo construída desde
2004 e cada vez mais se mostra como uma opção acertada da categoria, que
reitera sua opção em todas as conferências e congressos. “Com isso,
conquistamos a Convenção Coletiva de Trabalho válida para todos os
bancos em todo o território nacional – fato único entre as categorias
profissionais no Brasil”, aponta o presidente da Contraf-CUT. Na
avaliação do Comando, com a proposta apresentada, a Campanha Nacional
2011 se soma a essa trajetória de vitórias.
Os dias de paralisação não serão descontados, mas serão compensados até o
dia 15 de dezembro e, assim como nos anos anteriores, eventual saldo
após esse período será anistiado
Paulo Cosme
pARAÍBA.COM
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