segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Bancários devem aceitar proposta e voltar ao trabalho amanhã; mas bancos continuam fechados hoje

Greve-dos-BancariosBancários em greve há quase 20 dias em todo o Brasil devem voltar ao trabalho a partir desta terça-feira (18). Pelo menos essa é a orientação do Comando Nacional de Greve depois que os banqueiros ofereceram uma proposta à categoria na noite da última sexta-feira (14). Em João Pessoa, Hoje à noite, a categoria se reúne a partir das 19 horas na sede do Sindicato, na Avenida Beira Rio para decidir ou não sobre o fim da paralisação e a volta ao trabalho amanhã (18).
Na noite da última sexta-feira a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), finalmente apresentou uma proposta ao Comando Nacional dos Bancários: reajuste salarial de 9%; piso salarial de R$ 1.400; PLR de 90% sobre todas as verbas + R$ 1.400 e Adicional de R$ 2.800. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários, Marcus Henrique, eles conseguiram na negociação com a Caixa Econômica a abertura de cinco mil vagas e o banco do Brasil também vai melhorar o piso salarial da categoria.
A proposta inclui ainda cláusula que coíbe o transporte de numerário por bancários e o fim da divulgação de rankings individuais dos funcionários, combatendo o assédio moral. Na avaliação do Comando Nacional dos Bancários, a proposta apresentada atende às principais reivindicações dos bancários: aumento real de salário pelo oitavo ano consecutivo, valorização do piso, distribuição de um valor maior de PLR e avanços nas cláusulas de segurança e saúde do trabalhador. Dessa forma, o Comando recomenda a aprovação da proposta pelas assembléias que serão realizadas pelos sindicatos na segunda-feira (17), em todo o país.
“A proposta traz avanços importantes e é uma conquista da greve nacional da categoria, a mais forte em duas décadas, que mobilizou trabalhadores de bancos públicos e privados por 18 dias, chegando a paralisar 9.254 agências em todo o país e forçou os bancos a mudarem de posição”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. “A proposta adquire ainda mais importância porque representa a consolidação de uma política permanente de recomposição dos salários, com aumento real pelo oitavo ano consecutivo e valorização do piso da categoria”, sustenta.
Cordeiro lembra ainda que nas primeiras rodadas de negociação os bancos negavam a possibilidade de aumento real, alegando risco de alta da inflação, discurso que foi amplamente repercutido pela mídia. “Essa tese falsa foi derrotada. Conseguimos arrancar vitória econômica, com a melhoria do poder de compra dos salários e do piso, mas principalmente política. Os bancos tentaram vencer a categoria pelo cansaço, mas revertemos o quadro e saímos vitoriosos”, afirma.
A conquista deixa clara a importância da consolidação da estratégia de unidade nacional da categoria. A campanha unificada, reunindo trabalhadores de bancos públicos e privados, vem sendo construída desde 2004 e cada vez mais se mostra como uma opção acertada da categoria, que reitera sua opção em todas as conferências e congressos. “Com isso, conquistamos a Convenção Coletiva de Trabalho válida para todos os bancos em todo o território nacional – fato único entre as categorias profissionais no Brasil”, aponta o presidente da Contraf-CUT. Na avaliação do Comando, com a proposta apresentada, a Campanha Nacional 2011 se soma a essa trajetória de vitórias.
Os dias de paralisação não serão descontados, mas serão compensados até o dia 15 de dezembro e, assim como nos anos anteriores, eventual saldo após esse período será anistiado
Paulo Cosme
pARAÍBA.COM

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