Entra
ano, sai ano, as distorções salariais entre os servidores ficam cada
vez mais claras. Um dos sinais mais evidentes disso é a previsão do
reajuste de 16,6% do piso dos professores de escolas públicas em todo o
Brasil, atualmente de R$ 1.187. Enquanto um docente deve entrar em
2012 com salário-base de R$ 1.384, um técnico administrativo das
agências reguladoras, com igual formação, receberá um vencimento
inicial de R$ 4,7 mil.
Um técnico legislativo do Senado, por
sua vez, vai começar o ano embolsando remuneração inicial de R$ 13,8
mil, incluindo vencimento básico e gratificações. Para os cargos de
nível médio do Banco Central (BC), de 2002 para cá, a remuneração
saltou 233,7%, de R$ 2.532,16 para R$ 8.449,13. Os servidores técnicos
do Judiciário, que hoje ganham de R$ 3,9 mil a R$ 6,3 mil, pedem
aumento de 56% em seus contracheques. Já os técnicos do Ministério
Público da União (MPU) querem que a sua remuneração inicial passe para
R$ 8,2 mil.
Enquanto isso, bombeiros e policiais
militares em todo o Brasil brigam pela aprovação da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) nº 300, que estabelece um piso único no país. No
Rio de Janeiro, estado com um dos problemas mais graves de violência do
país, os policiais ganham R$ 1,1 mil, valor quase quatro vezes menor
do que o pago no Distrito Federal. “O salário é a base da valorização
dos servidores. No caso dos professores, a lei do piso foi um avanço.
Mas eles precisam ter também um plano de carreira e investimentos na
formação”, defende Dalila Andrade Oliveira, presidente da Associação
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped).
Os problemas não se restringem ao valor
baixo do piso salarial dos professores. Embora a regra para a elevação
do valor tenha sido estabelecida em 2008, por meio da Lei nº 11.738, o
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
(CNTE), Roberto Leão, denuncia que ao menos nove estados não pagam
sequer o salário-base. “Minas Gerais é um dos exemplos do absoluto
descaso e desrespeito à lei e aos servidores. Além disso, na maioria
dos estados e municípios que dizem cumprir o piso, a norma não é
seguida como deveria, pois não estruturaram uma carreira para os
profissionais”, diz Leão.
Fonte: CNTE
Focando a Notícia
Focando a Notícia


















0 comentários:
Postar um comentário