O jogo é duríssimo. Embalado por uma
série de conquistas nos últimos anos, o time da casa quer mostrar aos
torcedores sua força emergente. O adversário é um gigante acostumado a
vencer embates por goleada e que não reluta em usar artifícios – mesmo
se forem polêmicos – para alcançar seus objetivos. Mais do que apenas
uma competição esportiva, a Copa do Mundo pode se transformar em um
confronto encarniçado entre o país-sede, como o Brasil em 2014, e a
Fifa, organizadora do evento. Faltam 32 meses para o Mundial, mas a
disputa já está acirrada. A Fifa fez ao governo brasileiro uma série de
exigências que, se forem rigorosamente cumpridas, criam uma espécie de
Estado paralelo enquanto o torneio durar. A entidade máxima do futebol
briga por mudanças em leis federais, estaduais e municipais, impõe a
contratação de fornecedores (o que vale principalmente para obras nos
estádios), quer o controle de toda a publicidade ligada à Copa e pede
até a tipificação de novos crimes acompanhada pela criação de varas para
julgá-los. Para os defensores da Fifa, entre eles a Confederação
Brasileira de Futebol, nada mais justo do que ceder aos apelos de quem
trouxe o maior evento esportivo do planeta para o território brasileiro.
Para os críticos das propostas, inclusive gente graúda do governo
federal, as imposições colocam em risco a soberania nacional. Quem vai
vencer essa guerra?
Na semana passada, a reunião realizada em Bruxelas, na Bélgica, entre a presidente Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, Orlando Silva, e Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa (o presidente da federação, Joseph Blatter, não participou do encontro), deu a impressão inicial de que o Brasil está disposto a oferecer o máximo de privilégios à entidade. Não é bem assim. Dilma aceita rever alguns pontos da Lei Geral da Copa, que será analisada no Congresso nos próximos dias, mas é inflexível em outros. A presidente se recusa a alterar o Estatuto do Idoso, que garante a pessoas acima de 60 anos o direito à meia entrada em eventos culturais e esportivos. Se Dilma realmente vencer a batalha, será uma derrota e tanto para a Fifa, que sonha em controlar o preço e a venda dos ingressos da competição. A interlocutores, Dilma também afirmou que não mexerá em uma vírgula do Código de Defesa do Consumidor. Parece pouco, mas significa um golpe na forma de trabalhar da Fifa. Como em Copas passadas, a entidade quer vender ingressos acompanhados de pacotes turísticos. De acordo com a legislação brasileira, a prática configura venda casada, o que é proibido. A ingerência da Fifa preocupa representantes de diversos setores. “Não podemos nos curvar aos ditames impostos pela Fifa”, diz Wadih Damou, presidente da seccional carioca da Ordem dos Advogados do Brasil. “Ela não está acima das regras nacionais.”
Na semana passada, a reunião realizada em Bruxelas, na Bélgica, entre a presidente Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, Orlando Silva, e Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa (o presidente da federação, Joseph Blatter, não participou do encontro), deu a impressão inicial de que o Brasil está disposto a oferecer o máximo de privilégios à entidade. Não é bem assim. Dilma aceita rever alguns pontos da Lei Geral da Copa, que será analisada no Congresso nos próximos dias, mas é inflexível em outros. A presidente se recusa a alterar o Estatuto do Idoso, que garante a pessoas acima de 60 anos o direito à meia entrada em eventos culturais e esportivos. Se Dilma realmente vencer a batalha, será uma derrota e tanto para a Fifa, que sonha em controlar o preço e a venda dos ingressos da competição. A interlocutores, Dilma também afirmou que não mexerá em uma vírgula do Código de Defesa do Consumidor. Parece pouco, mas significa um golpe na forma de trabalhar da Fifa. Como em Copas passadas, a entidade quer vender ingressos acompanhados de pacotes turísticos. De acordo com a legislação brasileira, a prática configura venda casada, o que é proibido. A ingerência da Fifa preocupa representantes de diversos setores. “Não podemos nos curvar aos ditames impostos pela Fifa”, diz Wadih Damou, presidente da seccional carioca da Ordem dos Advogados do Brasil. “Ela não está acima das regras nacionais.”
Da Redação com Síte do Tavinho
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