quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Tráfico de aves silvestres na feira livre de Solânea

Na feira livre da cidade de Solânea acontece, semanalmente, um desrespeito à lei sob o olhar condescendente – ou conivente – de um sem-número de pessoas. Aves silvestres, inclusive de espécies raras ou ameaçadas de extinção, são vendidas ali com tanta naturalidade que nem parece existir legislação que proíba tal comércio.
Na verdade, o que não falta é proibição (Constituição Federal de 1988, Leis Federais nº 5.197/67 e nº 9.605/98, Decreto Federal nº 3.179/99, entre outros), todavia, o comércio persiste naquele local, por outros motivos. Boa parcela da população compra as aves, fomentando o tráfico desses animais, outra parcela se omite. Somente pouquíssimas pessoas entendem que o problema atinge todos nós.
A polícia militar não tem competência para realizar a fiscalização ambiental. Os fiscais da feira, também não têm competência para desenvolver esse trabalho, fiscalizam a feira aos sábados, mas apenas visando o controle urbano. A fiscalização deve ser feita, então, pelos órgãos de proteção ambiental (IBAMA, Polícia Florestal, etc.), como não há, na cidade, representação desses órgãos, as fiscalizações realizadas por eles são esparsas e acabam permitindo a reorganização dos vendedores no mesmíssimo local.
O Ministério Público Federal tem entendido, no entanto, que, apesar de não possuir competência para fiscalizar, a prefeitura deve contatar os órgãos competentes e prestar todas as informações para que a prática seja erradicada.
Em São José de Meriti (RJ) o MPF enviou recomendação para a prefeitura combater e fiscalizar a venda de animais silvestres nas feiras locais, sob pena de responder por negligência na justiça, alegando que a fiscalização municipal não tem zelado pela natureza.
Ocorre que não está previsto em lei que a prefeitura, por meio de seus fiscais de postura, realize a fiscalização ambiental. Frise-se que, recentemente, o IBAMA, aqui na Paraíba, informou que não tinha condições sequer de fiscalizar a pesca ilegal da lagosta (pesca realizada no período conhecido como defeso), por não dispor de recursos materiais necessários e nem de pessoal suficiente.
Enquanto esses obstáculos não são superados, continuamos presenciando a destruição gradual de nossa fauna, que não aguenta mais esperar por soluções tão demoradas.

Bananeiras Online com Assessoria     

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