Os vereadores de Guarabira, região do Agreste paraibano, retomaram na terça-feira (2) os trabalhos legislativos. Embora a pauta estivesse recheada de requerimentos, discussões e votações de matérias, o que chamou a atenção mesmo foi à discussão sobre a paralisação dos professores do município, deflagrada no dia 15 de julho.
O presidente do SINTEMG, professor André da Silva Santos, usou o instrumento da ‘tribuna livre’ para expor a situação. Relatou que depois de muitos apelos da categoria, que contou inclusive com a intervenção da Câmara, a secretária de Educação, Michelline Paulino Pereira, finalmente recebeu o SINTEMG (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de Guarabira) para dialogar.
Ocorre, prosseguiu ele, que a saída encontrada pela prefeita Fátima Paulino (PMDB), de cumprir o piso salarial nacional reduzindo a GED (Gratificação de Estímulo à Docência), de 50% para 20%, causou insatisfação e fez com que os profissionais, reunidos em assembleia no último dia 27, optassem pela continuidade da greve.
“Tivemos, nessa terça-feira, uma rápida conversa com a secretária de Educação e concluímos que a nossa contraproposta de 35% na GED, aprovada pelo conjunto dos docentes, sequer começou a ser analisada pela administração”, lamentou.
André informou que Guarabira poderá ficar de fora da Olimpíada de Matemática. Também reclamou da “guerra de informação”, que “muitas vezes distorce e tenta confundir a cabeça de professores, pais, alunos e do público em geral”. Disse que não vai aceitar o corte de salário. “Se houver corte alguns professores não vão repor as aulas”, aviou, lembrando que somente o salário da prefeita daria para pagar a 11 professores.
Por fim, apelou que os parlamentares intercedam para que Fátima Paulino se apresse em analisar a contraproposta de 35% da GED. “O que queremos é o diálogo e uma resposta rápida que venha a contemplar os dois lados, e não a que foi apresentada”, enfatizou o dirigente sindical.
José Antônio de Lima (Zé do Empenho/PRB), vereador governista, mandou recado à gestora ao afirmar que votará contra, caso chegue à Câmara uma medida provisória com redução da GED ao patamar de 20%. José Tolentino de Alustau (Zé Ismai/PHS), líder da prefeita, tratou de tranquilizar o seu colega assegurando que a chefe do executivo não enviará nenhuma proposta que prejudique os profissionais da educação.
Zé Ismai aproveitou para criticar o comportamento do governador Ricardo Coutinho, da deputada estadual Léa Toscano e do vereador Beto Meireles (PDT) frente à greve dos profissionais da educação do estado. O pedetista não deixou por menos e acusou o líder da prefeita de tentar desviar o foco.
Para Beto Meireles, a administradora do município não está preocupada com a situação, com os estudantes sem aula. “É intransigente e não recebe os representantes do sindicato para negociar”.
“A resposta da contraproposta, dada por Fátima Paulino até agora, foi às ameaças de corte de ponto e de entrar na Justiça pedindo a ilegalidade do movimento”, completou.
Redação/Focando a Notícia
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