Tinha
cheiro de exagero a acusação e, por conseqüência, a prisão do jogador
Marcelinho Paraíba por “tentativa de estupro”. Eu ponderei sobre isso
por volta do meio dia, quando anunciavam a transferência do jogador para
o presídio do Serrotão.
A suposta
vítima ainda estava tentando explicar o que estava fazendo até altas
horas numa festa na granja do jogador paraibano, quando Marcelinho já
estava sendo trancafiado num presídio junto com criminosos condenados
pela Justiça.
Ao que se pode perceber, se houve abuso não foi sexual. Foi de autoridade.
Primeiro
da parte da irmão da suposta vítima. Depois de comer e beber às custas
da festa de Marcelinho, o delegado de Polícia Rodrigo achou que poderia
acusar, prender e julgar. E colocar a humanidade contra o jogador.
Ao portar
distintivo de polícia e arma legalizada, achou que poderia impor a sua
verdade como a única inquestionável. Agrediu a imprensa e exibiu sua
simulada indignação, como se no mundo ninguém ousasse questiona-lo.
Ganhou, merecidamente, um cartão vermelho do secretário de Segurança Pública.
O pior é
que antes disso o tal Rodrigo já tinha conseguido ouriçar o resto da
Polícia. Marcelinho foi levado ao presídio do Serrotão e escoltado como
se fosse uma versão paraibana do goleiro Bruno por carregar, no máximo, a
acusação de um beijo roubado.
O tal beijo roubado nunca mais voltará pra dona, embora ela tenha todo direito de reclamá-lo judicialmente.
O que
ainda não está certo é quem vai devolver pra Marcelinho os prejuízos
causados pelo exagero da acusação e da operação policial.
Marcelinho cometeu, se cometeu, uma falta no meio de campo. A polícia da Paraíba marcou pênalti.
Por Luís Tôrres
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