Causo
também é cultura, assim diz Ariano Suassuna, através de um dos seus
maiores personagens, o João Grilo. Dona Inês também tem o seu João
Grilo: Zé de Beata,
que levando seu carro de mão e vendendo frutas de porta em porta, conta
estórias criadas desde a sua infância que apesar do exagero, faz
questão de dizer que tudo é verdade, embora sabendo que
as mesmas são frutos de sua imaginação. Para quem as escuta, não há
como duvidar, pois duvidar de suas estórias seria uma falta de
gentileza. Tal como diria João Grilo: “Só sei que foi assim!”
Um dos causos “verdadeiros” de Zé de Beata:
Na
década de 1950, sua família, composta de 15 pessoas, saiu de Dona Inês
para trabalharem no Rio Grande do Norte. Chegando à fazenda, o patrão
disse que não tinha casa e que eles fossem ao armazém pegar um cabaço,
no qual cabia mais de dois carros pipas de água. Abriram uma porta no
cabaço e adentrou toda a família. Quando o fazendeiro arranjou uma casa
para eles morarem não quiseram e ficaram morando no cabaço por mais de
vinte anos.
“SÓ SEI QUE FOI ASSIM!”
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