a ser discutido
Há
cerca de um ano, a tramitação do Projeto de Lei (PL) 8035/2010, que
trata do Plano Nacional de Educação (PNE) – documento que situa 20 metas
para o setor até 2020 – está parado, aguardando vontade política para
ser implementado. O PNE deveria ter entrado em vigor para substituir o
antigo Plano, que estabeleceu metas para os últimos dez anos. Até o
momento, o PL já recebeu 2.915 emendas sendo boa parte originada de
propostas de organizações sociais. O cenário atual é de expectativas
para que o relator da matéria, deputado Ângelo Vanhoni, do Partido dos
Trabalhadores – PT do Paraná apresente seu relatório substitutivo.
Testemunhas da falta de vontade,
compromisso e ação política do Executivo, organizações da sociedade
civil brasileira estão ocupando espaços e perguntando: Cadê o Plano
Nacional de Educação? No dia 30/11, na Câmara dos Deputados, em
Brasília, Distrito Federal, e também nas redes sociais foi realizado um
“arrastão” das 10h às 20h. A mobilização aconteceu para pedir que a
leitura do projeto de lei que trata do novo PNE seja compartilhada com a
sociedade brasileira.
De acordo com Daniel Cara, coordenador
geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a mobilização
pacífica foi bem recebida. “Os parlamentares foram sensibilizados e
elogiaram a iniciativa, mas optaram por não apresentar o relatório. De
acordo com o relator, esta apresentação ficará para segunda-feira”,
disse.
Daniel afirmou que o relatório será
protocolado na segunda-feira (5) e a leitura será feita na terça. Se as
datas forem mantidas, o novo relatório pode ser votado até o próximo dia
21 de dezembro, última semana antes do recesso parlamentar.
Desde outubro deste ano a divulgação do
relatório é adiada. Um dos principais pontos de discordância é a
definição do percentual de investimento do Produto Interno Bruto – PIB
em educação. A proposta do governo é passar de 5% para 7%, mas as
organizações da sociedade civil e entidades ligadas ao setor de educação
pressionam por 10%.
Atualmente, o Brasil está sem plano
educacional, já que as discussões sobre o PNE acontecem há quase um ano
sem que nada seja resolvido. Por este motivo, estados e municípios estão
sem orientações nacionais para começar a construir seus planos.
A situação está estancada não por falta
de participação da sociedade civil, pois, desde 2009, foram realizadas
ações como as etapas municipais, estaduais, distrital e federal da
Conferência Nacional de Educação (Conae), que reuniram cerca de quatro
milhões de pessoas. Na etapa nacional, foram estabelecidas propostas
para o novo PNE. Apesar disso, em dezembro de 2010, o Executivo passou
ao Congresso Nacional um texto diferente, que não continha as principais
deliberações da Conae.
Mostrando mais uma vez que a população
brasileira está atenta aos planos para a educação do país, os
integrantes da Campanha Nacional pelo Direito à Educação criaram o
movimento PNE pra Valer! (http://pnepravaler.org.br/), que acompanhou todas as audiências públicas relacionadas ao Plano.
Outra iniciativa foi a Nota Técnica ‘Por
que 7% do PIB para a educação é pouco? Cálculo dos investimentos
adicionais necessários para o novo PNE garantir um padrão mínimo de
qualidade’. O documento mostra porque o Brasil precisa de 10% do seu PIB
para garantir educação pública de qualidade.
“Para o PNE sair o Executivo precisa
tomar coragem. A Dilma [Rousseff, presidenta do Brasil] está impedindo
este debate. Já foram cinco cancelamentos seguidos. O que vemos é que
está faltando compromisso. Enquanto isso, municípios e estados ficam
dependendo apenas de seus próprios recursos e a União, que é quem mais
arrecada, não vai contribuir mais uma vez”, critica Daniel Cara.
Natasha Pitts
Do Adital
Focando a Notícia
Focando a Notícia
0 comentários:
Postar um comentário