A Secretaria da Segurança e Defesa Social instaurou somente no ano passado mais de 23 mil procedimentos instaurados entre flagrantes, Termos Circunstanciados (TCO), inquéritos, instaurados e procedimentos envolvendo de adolescente. Também foram realizadas 62 operações de médio e grande porte e 2.179 armas de fogo foram apreendidas.
Essas e outras ocorrências policiais serão o foco principal do plano de ação 2012 do projeto “Impunidade Zero”, desenvolvido pelo Ministério Público da Paraíba. Essas informações também serão comparadas com os dados do Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop) com os inquéritos efetivamente instaurados e investigados nas delegacias.
De acordo com a promotora de Justiça que coordena o projeto, Ana Maria de França Cavalcante de Oliveira, a meta para este ano na Região Metropolitana de João Pessoa, Litoral Sul e Norte consiste em confrontar as ocorrências do Ciop (Centro Integrado de Operações Policiais) e o trabalho realizado nas delegacias que forem escolhidas como prioritárias.
A promotora apresentou, na manhã desta segunda-feira (23), durante o encontro regional de promotores de Justiça realizado na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, em João Pessoa, dados que revelam o descompasso entre os trabalhos das polícias civil, militar e científica.
Segundo ela, no primeiro trimestre deste ano, o Instituto de Polícia Científica (IPC) analisou mais de 300 armas apreendidas, quando a Polícia Militar havia apreendido mais de 400 armas. “Onde foram parar as 100 armas? Temos presenciado o aumento de crimes violentos em que são usadas as armas de fogo”, questionou.
Ana Maria de França também informou que João Pessoa possui 36 delegacias (sendo 23 especializadas e 13 distritais), sendo que as de Mangabeira e Mandacaru são as mais críticas e precisam de uma atuação mais efetiva do MPPB, instituição responsável pelo controle externo da atividade policial.
A coordenadora do “Impunidade Zero” fez um apelo aos promotores de Justiça que participam do encontro para que eles façam a adesão ao projeto. Segundo ela, é preciso melhorar a qualidade e eficiência das polícias civil e militar para combater o clima de insegurança na comunidade. “Temos uma comunidade incrédula na atividade policial. As pessoas não se sentem motivadas a procurar a polícia e, muitas vezes, quando procuram, veem-se frustradas porque nada aconteceu. Também não é raro a fabricação de ocorrências policiais inexistentes, o que aumenta ainda mais a sensação de insegurança. Nas comunidades carentes, o cidadão conhece o Estado através da polícia e ele tem que ter em quem confiar”, defendeu.
Em 2011
No ano passado, o foco do projeto “Impunidade Zero” foi a análise das ocorrências policiais nas delegacias. Foi constatado que várias ações deixaram de ser providenciadas pela autoridade policial competente. “Vimos que muitas ações públicas incondicionadas deixaram de ser instauradas e solicitamos a instauração de 1.159 inquéritos policiais”, disse Ana Maria de França.
Paulo Cosme/paraíba.com
0 comentários:
Postar um comentário