A Cultura é o grande patrimônio que se ergue no tempo e no espaço, pois tem a capacidade de penetrar os dois campos: o material e o imaterial.
A Cruz da Menina, que fica na comunidadequilombola do mesmo nome, é prova dessa resistência, a menina Dulce que não resistiu a sede e a fome e morreu a beira do caminho, fez nascer uma fé inabalável que resiste ao tempo.
A fé do povo ergueu naquele mesmo lugar uma cruz, onde as pessoas que ali passavam, depositavam pedras que encontravam no caminho ou flores que colhiam das árvores da região.
E a fé que resistiu ao tempo, na pessoa do saudoso Sr. José Tomaz de Aquino (Zé Cardoso), que ergueu ali uma pequena capela fazendo surgir um patrimônio material. Tempos depois, essa fé é reconhecida na pessoa do Sr. Luiz Alves de Lima, conhecido por Dé Lucas (in memorian) que a ampliou porque alcançou mais uma graça.
O Sr. Geraldo Lucas, filho de Dé Lucas, ampliou a capela e a deixou no tamanho atual. Os tijolos foram batidos com suas próprias mãos como agradecimento de uma graça alcançada: as mãos que erguem patrimônio material se juntam para elevar aos céus seus pedidos.
Todos os anos, no dia 1º de novembro, a Capela da Cruz da Menina é testemunha de milhares de pedidos feitos pelos romeiros que se deslocam para lá para levarem seus ex-votos e outros para pedirem uma graça.
Às 4:00 horas, antes do sol nascer, as pessoas saem em procissão entoando cânticos e soltando fogos como sinal de agradecimento a menina Dulce. Na capela o pároco celebra uma missa campal assistida por centenas de fiéis que todos os anos dirigem-se aquele santuário para renovarem sua fé.
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