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Muita gente me perguntava por que desta campanha violenta do sistema Paraíba de Comunicação contra o governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Agra. Confesso que não sabia dizer direito. O colega Tião Lucena arrisca o palpite de que é por causa da não indicação do secretário de Comunicação, mas nunca me convenci dessa possibilidade.Hoje não tenho mais dúvida dos reais motivos que levaram o empresário Eduardo Carlos a empreender uma verdadeira cruzada para destruir a imagem de Ricardo e Agra, chegando ao extremo de enviar para a rede, no Jornal Nacional, uma proposta de impeachment contra um prefeito da Capital operoso e honestíssimo,
Os reais motivos são meramente políticos. E as provas começaram a surgir, uma a uma, como um castelo de cartas, desmoralizando os mentores de tamanha maldade. Na verdade, o empresário Eduardo Carlos, que comanda o grupo São Braz na Paraíba, lutou desesperadamente para manter Josë Maranhão no Governo do Estado. Não conseguiu seu intento, agora parte para o confronto aberto, expondo suas empresas, seus funcionários e uma imagem até então de que não se envolvia diretamente em questões políticas, apenas empresarias.
As pesquisas fraudulentas do Ibope que insistiam em dar a vitória a Maranhão até no dia da eleição no primeiro turno e o famoso empate técnico que foi motivo de zombaria no segundo turno mostram, ao contrário do que dizem os publicitários, que Eduardo quando vende um produto ele entrega. E entrega de modo tão fanático que arrisca seu maior patrimônio: a credibilidade que uma empresa de comunicação precisa ter.
As relações pouco republicanas, para não dizer promíscuas mesmo, que o grupo São Braz mantinha com José Maranhão ia desde o avião da empresa ficar alojado no hangar do Estado, que deixava de cobrar um aluguel de mercado de R$ 7 mil até a distribuição da verba publicitária, quando o grupo abocanhou R$ 800 mil a mais que o Correio, considerado maranhista, muito maior, e detém grande parcela da audiência no Estado. Só para ilustrar o disparate, o Jornal da Paraíba que tem menos de 13% do mercado e nem é filiado ao IVC, recebeu mais dinheiro de Maranhão do que o Jornal Correio, que detém 75% dos jornais diários na Paraíba.
A manchete deste domingo do Correio da Paraíba revela de uma vez os reais motivos dessa parceria Maranhão-Eduardo Carlos. Simplesmente, o ex-governador José Maranhão, através do seu secretário da Receita, Nailton Ramalho, não só perdoou uma dívida de R$7,5 milhões do grupo São Braz, como extinguiu toda a dívida e apagou do sistema da Receita todo o processo. Um crime. Mas o poder de investigação de nossa imprensa resgatou os originais que comprovam a dívida, o perdão e a canetada, no dia 20 de outubro de 2010, que deu um presente antecipado de Natal aos pobrezinhos do grupo São Braz.
Poderia aqui calcular o que daria para fazer com esse dinheiro, mas não vou perder tempo. Vou direto ao assunto. O empresário Eduardo Carlos perdeu a eleição de 2010, mas quer a revanche em 2012. E diga tudo dele, mas conheço-o bem, é um homem obstinado e não tem medo de nada. Prova disso é que montou um time de oposição de primeira linha em suas empresas e todo dia é pau no lombo do Mago de Jaguaribe (e por tabela no de Agra). Não adiantaram os apelos de publicitários, jornalistas amigos, secretários estaduais e municipais, seus próprios familiares e até o maior amigo que ele tem na política, o senador Cássio Cunha Lima.
Anotem aí para me cobrar depois. Eduardo é muito habilidoso. Ele já articulou a chapa José Maranhão para prefeito e Lauremília pra vice no próximo ano. Depois Maranhão vai ao Senado em 2014 e entrega a PMJP ao grupo de Cícero. Em 2014, Eduardo não esconde de ninguém que seu candidato é Cássio Cunha Lima ao Governo. Ele aposta, e deve ter motivos para isso, que Cássio rompe com Ricardo antes que o galo cante três vezes. Ou vocês acham que uma raposa como Maranhão iria defender uma aliança com Cássio de graça logo nos primeiros meses de Ricardo Coutinho?
Por João Massapina
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