Os movimentos sociais do campo e da cidade mobilizam nesta terça (23), cerca de 700 pessoas em marcha na capital paraibana. Segundo a assessoria, a iniciativa faz parte da Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina e da Assembleia Popular, que estão acampados em Brasília com o intuito de chamar a atenção da sociedade e dos poderes constituídos sobre questões como: a contaminação dos alimentos pelo uso de agrotóxicos, a reforma agrária, a posição contrária às mudanças no código florestal, e a garantia de tarifas públicas acessíveis como água e energia. Essas são algumas das reivindicações expressas nas palavras de ordem, faixas e documentos do movimento.
Segundo Gleison Ricardo, um dos coordenadores do movimento na Paraíba, houve um atraso na programação da capital devido às fortes chuvas que cairam no interior, contudo pela manhã houve uma ocupação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e de lá os manifestantes foram para o centro da cidade.
Gleison afirmou que os manifestantes reivindicavam questões como a Reforma Agrária, a exemplo de 900 famílias do MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens – no Brejo paraibano que foram desapropriadas para a construção da Barragem de Acauã e hoje não têm acesso à água.
Osvaldo Bernardo, do Movimento de Atingidos por Barragens-MAB, afirmou que “é inadmissível que desde 2002 mais de 900 famílias que viviam à beira da barragem de Acauã permaneçam em situação de abandono”. Argumenta ainda que, “se faz necessário o reassentamento urgente dessas famílias”.
O coordenador da Assembleia Popular, explicou que não houve caminhada até a lagoa no Centro da cidade, como estava previsto. Contudo diversos sindicatos, ONG’s, estudantes e entidades religiosas se uniram aos manifestantes se uniram a partir do Cassino da Lagoa e saíram em caminhada pela Avenida Pedro II até o posto de atendimento da Energisa onde houve um ato simbólico e o chão da empresa foi lavado.
“Para tirar a sujeira da Energisa”, comenta. A principal reivindicação, nesse segundo momento, é evitar o aumento nas contas de energia imposto pela Energisa. O aumento esse ano será de 7,57%, caso seja aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel. A Paraíba passará a ter a 4ª tarifa mais cara do Nordeste, perdendo apenas para os estados do Maranhão, Ceará e Bahia, respectivamente.
Para Gleyson Ricardo “o presidente da Energisa, Marcelo Rocha, parece não viver na Paraíba, deve viver em outro mundo, pois o aumento 6,92 % é acima da inflação dos últimos 12 meses e não estar preocupado com a população dos 216 municípios atingidos com o aumento, estando interessado apenas com os acionistas que levaram 92 milhões reais no rodo só esse ano”.
A marcha não seguiu até a Assembleia Legislativa como previsto, pois “a AL não estava funcionando” e o Palácio do Governo, fechado. Contudo, o coordenador garantiu que vai ser entregue um documento ao governador do estado para que “ele se pronuncie sobre o aumento da Energisa e rever a questão do ICMS”, destaca.
Paraíba.com.br
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