46% dos brasileiros defendem a pena de morte.
A pesquisa "Retratos da Sociedade Brasileira: segurança pública",
realizada pela CNI/Ibope e divulgada nesta quarta-feira, aponta que 79%
dos entrevistados acreditam que penas mais rigorosas podem reduzir a
criminalidade. Entre os entrevistados, 46% defendem a pena de morte (31%
defendem totalmente e 15%, em parte). A prisão perpétua é também
aceita por 69% dos entrevistados. A pesquisa também aponta que 86% dos
entrevistados aceitam a redução da maioridade penal.
Assim como 46% dos entrevistados defendem a pena capital, o mesmo
percentual rejeita a prática, o que representa uma divisão clara na
sociedade entre os que são a favor ou contra a pena de morte.
"Claramente a gente sabe que há uma divisão na pena de morte, isso não é
um consenso", disse o gerente-executivo da pesquisa, Renato da
Fonseca.
Os principais resultados da pesquisa apontam que mais da metade da
população (51%) considera a segurança pública no Brasil "ruim" ou
"péssima". Os temas segurança pública e drogas aparecem respectivamente
em 2º e 3º lugares entre as maiores preocupações dos brasileiros, atrás
apenas da saúde, que é apontada por 52% como mais preocupante.
Armas
Sobre o desarmamento, 70% se mostraram contrários ao direito ao porte
de armas. O uso das Forças Armadas no combate à criminalidade é aceito
por 79% dos brasileiros. A privatização dos presídios também foi
verificada pela pesquisa e 53% se mostraram favoráveis. "Fica muito
claro que as pessoas não estão podendo circular livremente pela cidade.
Claramente a violência está impactando na vida das pessoas e nos
hábitos das pessoas", avaliou o gerente-executivo da pesquisa, Renato
da Fonseca.
Maioridade penal
Ao menos quatro entre cinco brasileiros concordam com a redução da
maioridade penal para 16 anos, revela a pesquisa "Retratos da Sociedade
Brasileira: Segurança Pública" feita pelo Ibope. Mostram-se totalmente a
favor da medida 75% dos entrevistados e parcialmente a favor, 11%. Os
que são contrários total e parcialmente somam 9%.
"Os crimes praticados por menores são uma preocupação da população,
que também demanda ações mais severas nesses casos", afirma o
documento. Além disso, os que acham que atribuição da responsabilidade
penal somente a partir dos 18 anos incentiva a participação de menores
de idade em crimes somam 83%, enquanto os que discordam são 9%.
Ao analisar os brasileiros a favor da redução da maioridade penal sob a
perspectiva do nível de instrução, a pesquisa mostra que a
concordância com a medida é generalizada - em todos os estratos os
índices ficaram entre 73% e 76% que são totalmente a favor. O mesmo
acontece na divisão por regiões, em todas a variação foi de 73% a 76%.
As diferenças aparecem quando são levadas em consideração a questão da
renda familiar e a idade do entrevistado.
Enquanto entre brasileiros com renda familiar de até dez salários
mínimos, os que são totalmente a favor da redução da maioridade penal
oscilam entre 70% e 77%, já entre aqueles ganham mais do que dez
salários mínimos, o índice é de 63%. Na estratificação por idade, o
maior porcentual aparece entre aqueles que estão nas faixas etárias de
25 a 29 anos (79%), 30 a 39 anos (também 79%) e de 50 anos ou mais
(77%). Já entre os entrevistados que têm de 40 a 49 anos, 71% são
totalmente a favor da medida, e entre os com 16 até 24 anos, esse índice
é de 69%.
Legalização de drogas
A pesquisa CNI-Ibope informa ainda que 70% dos entrevistados discordam
que legalizar a venda e o uso da maconha reduzirá a criminalidade. Já
para 23%, essa é uma medida positiva para a segurança pública. No
entanto, a maior parte dos consultados (65%) concorda totalmente ou
parcialmente que a proibição de venda de bebidas alcoólicas após a meia
noite contribui para a queda no número de crimes. Um quarto (25%) tem
opinião contrária.
A pesquisa foi realizada entre os dias 28 e 31 de julho com eleitores
de 16 anos ou mais. Foram realizadas 2.002 entrevistas em 141
municípios do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para
mais ou para menos.
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Por: Redação araruna1
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