presidente Dilma Rousseff e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad
(PT), foram vaiados por parte da plateia durante cerimônia de formatura
de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec), nesta quinta-feira, 27, em São Paulo.
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Helvio Romero/Estadão
Presidente e prefeito de São Paulo passaram por constrangimento
As vaias mais fortes foram para Haddad, ex-ministro da Educação e
responsável pela criação do Pronatec. Os protestos contra Dilma, vindos
do mesmo setor da plateia, foram abafados por gritos de apoio. "A gente
tem que se acostumar com isso na política", disse o prefeito depois da
cerimônia.
As vaias partiram de uma pequena parcela de estudantes localizada nos
fundos da plateia de 3 mil pessoas. No local estavam alunos de várias
instituições que participam do Pronatec, como Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Federal de São Paulo.
As equipes de Dilma e Haddad atribuíram as vaias a uma disputa entre
as instituições de ensino. Enquanto um grupo vaiava, outro aplaudia.
Além das vaieas, Dilma ouviu dos formandos pedidos de aumento de
salários para os professores e a ampliação de investimentos do programa,
orçado atualmente em R$ 14 bilhões.
"Eu queria entregar uma carta pessoal do meu neto, mas antes de
começar o pessoal combinou de aproveitar o contato com a presidente para
cada um pedir uma coisa. Poderia ser aumento de salário para os
professores ou uma melhoria no investimento para o Senai", disse
Domingos Savio Rodrigues Faria, de 51 anos, que recebeu das mãos de
Dilma o diploma de cuidador de idosos.
Dilma estava acompanhada de apenas um ministro, Henrique Paim (Educação), além do prefeito e deputados federais.
Dilma prometeu aumentar os salários dos professores e se mostrou
otimista quanto ao cumprimento da meta de atender 8 milhões de alunos no
Pronatec até o fim do ano. Hoje o número está em 5,8 milhões de
matrículas. "O sinônimo de educação é professor. Tem curso bom sem
professor bem pago? Digo a vocês como presidente da República. Não tem
não", afirmou Dilma.
A presidente usou praticamente todo o discurso para enaltecer as
próprias realizações na área da educação, um dos principais alvos de
críticas de manifestantes que foram às ruas contra a realização da Copa
do Mundo no País, e aproveitou para alfinetar adversários.
"Quando lançamos o Pronatec havia um clima de pessimismo no ar",
disse ela que no início do mês criticou os "pessimistas" em relação à
condução da economia.
Redação com Estadão
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