ean Charles da Silva Libório é acusado de envolvimento em cinco assassinatos. Pelo menos quatro teriam sido a mando
Preso na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), o sargento Jean Charles da Silva Libório está fora dos quadros da Polícia Militar cearense. A decisão foi tomada pelo comandante-geral da Corporação, coronel Werisleik Matias, na última sexta-feira, 17. A decisão cabe recurso.Ele tomou como base o parecer da comissão de oficiais montada para julgar o caso do PM, acusado de integrar o esquema de execuções que seria idealizado pelo iraniano Farhad Marvizi, 46. Ambos foram presos pela Polícia Federal em agosto do ano passado, durante a operação Canal Vermelho.
Segundo os oficiais, Libório teve participação direta ou indireta no assassinato de pelo menos cinco pessoas. Algumas a mando de Marvizi, que arquitetou a morte de, no mínimo, outras seis.
“Transgressões disciplinares de natureza grave, tidas como desonrosa (sic) e incompatíveis com a função militar estadual”, classificou o comandante-geral na sua decisão.
Segundo o boletim interno da PM do dia 17, o primeiro homicídio ocorreu em janeiro de 2008, no município de Redenção. O revólver utilizado no crime, de calibre 38mm, era registrado no nome do sargento e foi encontrado no carro de Antônio Marcos Rodrigues Ângelo.
Mais dois assassinatos aconteceram em agosto do ano passado, em Fortaleza. Outro foi registrado em novembro de 2008, na cidade de Maranguape, com o carro utilizado na fuga tendo sido alugado pelo militar. E um quarto em dezembro de 2008, sem local divulgado e com Ângelo como vítima.
No despacho, Werisleik Matias disse que a conduta de Libório maculou a imagem da Polícia. “As faltas praticadas ferem de morte os princípios constitucionais e infraconstitucionais da atividade policial militar, retiram os valores morais e os deveres éticos militares estaduais necessários ao desempenho das funções requeridas pela histórica força policial cearense, preceitos que o acusado jurou seguir e proteger”, argumentou o comandante.
O POVO tentou falar com o advogado de Jean Charles Libório, o defensor público Ian Mendonça Gomes. Contudo, não conseguiu localizá-lo até o fechamento desta edição.
ENTENDA A NOTÍCIA
O sargento PM Jean Carhes da Silva Libório é apontado como um dos cabeças do esquema de extermínio idealizado pelo empresário iraniano. Morriam concorrentes de Marvizi, quem sabia demais e quem ousava cruzar o caminho da quadrilha.
SAIBA MAIS
Após nove meses detido na mesma penitenciária de Jean Libório, Farhad Marvizi foi transferido para a sede da Polícia Federal no Ceará esse mês. A defesa alegou problemas de saúde, reivindicando uma unidade mais adequada para acompanhar o iraniano. Servidores protestaram e a Justiça Federal vai decidir para onde Marvizi será transferido. Ele permanecerá no Estado.
Outros dois sargentos foram presos pelo caso de Marvizi. Joaquim Alves Marinho e Cláudio Nascimento Cardoso também participariam do esquema. Sem citar nomes, a PM disse ao O POVO que um deles está na reserva (aposentado) e outro foi transferido para funções administrativas.
Procurada pelo O POVO, a Associação dos Praças da Polícia e Bombeiros do Ceará (Aspramece) preferiu não comentar a expulsão de Libório.
Bruno de Castro
brunobrito@opovo.com.br
Silva Neto com O Povo
Da Redação
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