Médico comandava a 'Máfia das Cirurgias', diz Ministério Público. Funcionários de hospital público cooptavam pacientes.
O Ministério Público da Paraíba
apresentou nesta sexta-feira (30) o relatório final das investigações do
caso que ficou conhecido como a ‘Máfia das Cirurgias’ e denunciou pelos
crimes de concussão e formação de quadrilha cinco suspeitos de cobrarem
por cirurgias já pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Campina
Grande.
Eles estão sendo denunciados por
suposto envolvimento no esquema de venda de cirurgias do Sistema Único
de Saúde, em hospitais de Campina Grande. Foram denunciados o médico
Godofredo Nascimento Borborema, a técnica de enfermagem Maria José
Jordão, a recepcionista Eliane Dantas, o gerente do seguro DPVAT (Danos
Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) José Ismar
de Lima, e o motorista José de Anchieta Pessoa de Oliveira.
A denúncia foi elaborada pelos
promotores Octávio Celso Gondim Paulo Neto, Romualdo Tadeu de Araújo e
Herbert Vitório Serafim de Carvalho. No texto é dito que “ficou
evidenciado que entre 2009 e 2010, no Hospital Pedro I, os denunciados
agindo de forma consciente e voluntária, mediante conjugação de esforços
e unidade de desígnios, associaram-se em quadrilha para o fim de
praticar crimes dos mais diversos matizes contra pacientes
politraumatizados”.
Diz ainda que “a quadrilha
promoveu sucessivas fraudes, consistentes em induzir as vítimas a
outorgar poderes, com o fim de receber o pagamento de DPVAT/DMAS que não
lhes cabia, o qual, quando o caso, também não era repassado para as
vítimas”.
A investigação foi realizada
pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), em
parceria com o Grupo de Operações Especiais (GOE-PB) da Polícia Civil. A
denúncia, relatada em 38 páginas, traz depoimentos e casos de pacientes
que afirmam ter pagado pela realização dos procedimentos cirúrgicos,
mesmo as cirurgias tendo sido custeadas pelo SUS.
De acordo com o MP, na maioria
das vezes o ‘esquema’ teve início no Hospital Regional, onde as vítimas
eram abordadas e encaminhadas para o Hospital Pedro I, para que as
cirurgias fossem realizadas pelo médico Godofredo Borborema.
Defesa
Os advogados de alguns dos
acusados afirmaram ontem que ainda não foram notificados oficialmente da
denúncia apresentada pelo Ministério Público. Eles têm o prazo de 10
dias para apresentar defesa escrita, diante das acusações.
Um dos advogados do médico
Godofredo Nascimento Borborema e da técnica de enfermagem Maria José
Jordão, Rodrigo Celino, adiantou que “nós temos provas mais do que
suficientes de que nossos constituintes não cometeram nenhum dos delitos
apresentados pelo Ministério Público. E vamos demonstrar isso durante o
processo judicial”, garantiu.
Com G1 PB
Portal Bananeiras Online
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