Não faz muito tempo que as salas das casas interioranas, principalmente na zona rural, havia espaço destinado para a devoção. Era comum encontrarmos na parte principal da sala , um ORATÓRIO, ou seja um pequeno altar onde as pessoas faziam suas orações, rezavam as novenas e cantavam os benditos.
Na casa da vó Nana, a quem pertenceu esse oratório, era assim... Os filhos e netos, a família toda, se reunia para rezar o ofício divino. Era um momento de muita devoção onde a avó de joelhos e seus familiares ao redor cantavam, reverenciavam a Deus.
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| Santinho de Mariz e Frei Damião dentro do oratório |
O oratório era peça principal de uma casa! Diferente de hoje, onde a televisão ocupa o seu lugar... Era também o lugar, em que se fazia os pedidos, ou seja as promessas. Cada pedido alcançado colocavam ali um laço de fita ou um pequeno objeto em agradecimento, geralmente o santo principal desse altar doméstico era o santo da devoção familiar.
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| Imagens antigas, com Crucifixo com fitas |
Esse oratório, com mais de 80 anos que pertenceu ao meu tio-avô, Sr. Laurentino Simplício, em meu tempo de menino, quando visitava sua casa, o encontava na sala de sua casa. Ao redor dele, vários quadros com santos. Em cada um, laço de fita amarrado, provando que o pedido a aquele santo, havia sido atendido. Hoje, quase não vemos oratórios nas casas, mas você pode encontrar um, fazendo parte do acervo do memorial da cultura popular de Dona Inês. Uma prova de que a fé e a cultura resiste ao tempo e nele mostra sua resistência,permanecendo para sempre.
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| Paulo entregando a Mariano a relíquia da família Simplício |
O bisneto de Laurentino Simplício, o sanfoneiro Paulo Irineu Simplício, doou essa relíquia, pois como artista possui a sensibilidade e quis deixar para a posteridade o que pertenceu a família. O oratório, a partir de agora pertencerá ao patrimônio da história de nosso povo. Agradecemos a Paulo Irineu pelo seu gesto de amor a cultura e reconhecimento do trabalho a que nos propomos realizar em prol da cultura popular nordestina.
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