terça-feira, 24 de dezembro de 2013

JN: RECHEIO INSOSSO ENTRE NOVELAS DA GLOBO


Sem a novela das sete antes e a das oito depois, o jornal nacional tem a audiência do Programa da Fátima.
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Como se sabe, o ansioso blogueiro já dizia: sem a novela das sete antes e a das oito depois, o jornal nacional tem aaudiência do Programa da Fátima

Esta é a obra do Gilberto Freire com i (*) na Globo Overseas – clique aqui e aqui para ler sobre a queda retumbante de audiência do jn.

Conversa Afiada reproduz post de Fernando Brito no Tijolaço, com referência ao artigo de Nirlando Beirão, extraído da Carta Capital:

NIRLANDO BEIRÃO: KAMEL TORNOU JORNALISMO DA GLOBO RECHEIO INSOSSO ENTRE NOVELAS



A queda dos índices de audiência do jornalismo de Globo salta aos olhos, mesmo antes que o instituto alemão GfK, contratado por suas concorrentes para medir a audiência das tevês ponha fim ao monopólio dos números do Ibope, parceiro global de longa data nesta atividade, à base da qual se fixam as tabelas de publicidade nas emissoras.

A maior máquina de jornalismo, com muitos dos melhores profissionais do país e recursos quase infindáveis de trabalho, em poucos anos, uma decadência visível a todos.

É verdade que o processo de enfraquecimento do Jornal Nacional, carro-chefe do jornalismo da emissora vem de antes.

O programa onde o que não aparecia “não tinha acontecido” chegou à virada do século com perto de 40 pontos de audiência, na média.

Hoje, mal se sustenta numa média de 25 e há dias em que chegou a apenas 18 pontos.

Será que se pode dizer que foram a internet e a tevê a cabo que fizeram minguar tanto o JN?

Um parte, sim.

Mas não tudo. E a pista para demonstrá-lo está no próprio “perfil comercial” com que a Globo descreve a audiência do Jornal Nacional:
“Em São Paulo, 75% dos telespectadores do Jornal Nacional são das classes ABC; no Rio de Janeiro, 69%; e no Distrito Federal, 70%.”

Ou seja, os grupos sociais que têm acesso a internet e tevê a cabo seguem fortemente majoritários.

As novelas também perderam, mas muito menos.

E Nirlando Beirão, cobra criada do jornalismo aponta, na CartaCapital: não adianta dizer que a queda do JN é resultado de novelas mais fracas em público.

Talvez, quem sabe, o público tenha se cansado de lhe dizerem, todos os dias, há dez anos, que o Brasil vai mal e ficará pior ainda.


SANDUÍCHE À MODA DA GLOBO



por Nirlando Beirão

Sempre revolucionário – sem mencionar outros atributos seus, como a blindada imparcialidade, o apartidarismo irrestrito e o compromisso em defender os interesses da nação, e não os do casa –, o jornalismo da Globo inverteu a lógica do sanduíche, segundo a qual o recheio deve ser mais saboroso do que as peças que o contêm.

O Jornal Nacional, sob a expertise do chef Ali Kamel, decretou, voluntariamente ou não, outro método de degustação. As novelas das 7 e das 9 é que falam hoje ao apetite – peculiar que seja esse apetite – do telespectador. O JN virou apenas um entremet muito do insosso entre um melodrama e outro.

O Ibope, a quem não se pode atribuir propósito de prejudicar a Globo, indica que a plateia do JN minguou em 30% nos últimos dez anos. Na esteira do show produzido em conjunto pela Globo e pelo Supremo Tribunal, o carro-chefe do jornalismo platinado mergulhou recentemente em inéditos 18 pontos de audiência. Um recorde.

Em prol dos imperativos comerciais (a publicidade brasileira é a última adepta do JN), o jornalismo da Globo inverte mais uma vez a realidade e tenta atribuir às novelas – a que a precede e a que a sucede – a culpa pelo desastre de público. Mas está na cara que, dos vilões que o JN operosamente fabrica, nenhum tem a mesma graça perversa, por exemplo, daquele Félix de Amor à Vida.

Haverá quem queira tributar os tropeços do JN a detalhes menores como, digamos, a credibilidade. Bobagem: credibilidade nunca foi o forte da Globo, mesmo antes do Ali Kamel.



(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.
Redação com Conversa afiada

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